ontem foi o Dia do Fotógrafo, e isto me fez pensar sobre o tempo em que estou na fotografia, há quanto tempo eu me relaciono com as imagens… desde 1994 quando cheguei em São Paulo… mas posso dizer também que antes um pouco, por volta de 1991 eu já flertava curiosamente com as imagens através de livros de fotografia retirados da biblioteca do escritório do meu tio Nicolau, onde trabalhei como seu secretário… e também é claro pela adolescência passando os olhos pelas revistas de skate e Playboy… tudo isso lá em Birigui, a cidade onde eu nasci. Mas o pensamento me levou mesmo para 1999 aqui em São Paulo, para a lembrança de minha primeira participação em uma exposição, uma exposição coletiva fotográfica com imagens feitas por fotógrafos profissionais e também com imagens feitas por seus assistentes. Eu começara a trabalhar em um estúdio aqui em São Paulo como segundo assistente de fotógrafo, e logo fui convidado pelos novos colegas de trabalho a participar de uma exposição que ia rolar na inauguração de um bar/restaurante de um amigo do Roberto Donaire, um dos fotógrafos participantes e para quem eu trabalhava naquele momento, junto a sua assistente na época, a querida Mônica Beretta, que estava organizando esta exposição. Cheguei em casa naquele dia e lá fui eu fazer a minha primeira edição de imagens, e olhando o material colocado sobre a mesa, escolhi três fotos em sequência, elas jamais poderiam ficar separadas, era o que eu pensava naquele momento. Voltei no dia seguinte para o estúdio e perguntei a Mônica se eu poderia de alguma forma expor aquelas três fotografias e não apenas uma. E ela me respondeu: claro! será um tríptico… Eu nunca tinha ouvido falar daquela palavra, e aquele seria o meu primeiro quadro com minhas fotos ampliadas em um papel fino, chamado de Fine Art, feito com fibras de algodão, com durabilidade de aproximadamente 200 anos, utilizado por galerias e museus… tudo isso me explicado pelo mestre do laboratório fotográfico que eu acabara de conhecer, o grande Silvio Pinhatti, e sua assistente Gisele Gianello. Quadro pronto e lá fui eu de volta ao laboratório buscá-lo no dia da inauguração da exposição para levá-lo ao bar/restaurante. Quando Silvio me mostrou o quadro com as fotografias… fiquei emocionado… com vergonha deixei apenas que uma lágrima escorresse dos meus olhos… e Silvio me perguntou: Gostou? Naquele momento pensei… quero passar o resto da minha vida fotografando!
Este meu primeiro quadro foi exposto Sem Título. Mônica até me perguntou se eu queria colocar um nome, outra novidade para mim, colocar nome em fotografias… mas nada me veio a cabeça naquele momento, as imagens falavam e falam por si só, cada uma delas… mas o Título deste Post era como a pessoa, a incrível mulher, moça retratada naquele momento da nossa mais bela intimidade me chamava naquela época.
Obs: Mônica foi ao restaurante no dia seguinte da abertura da exposição e de lá me ligou: Bruñel!!!, seu quadro já foi vendido, um gringo passou aqui para almoçar e o levou.
Que história bonitinha essa da exposição das 3 fotos no bar 🙂